Hipertensão arterial
São muitos os esquemas de tratamento para a hipertensão arterial. Os diferentes grupos de medicamentos mostram características que orientam o melhor esquema para cada paciente. As diretrizes sugeridas pela Associação Brasileira de Cardiologia são certamente uma das mais avançadas do mundo. Mesmo assim, novas sugestões ocorrem quando certas limitações são apontadas para determinado grupo de medicamentos. É o caso dos diuréticos e dos betabloqueadores que estão sendo discriminados por alguns por poder prejudicar a sensibilidade à insulina. Em virtude disso, há quem prefira a associação de um antagonista do cálcio, a alodipina, com um inibidor da ECA (Pressplus, Sinergen, Diovan-anlo, Atmos, etc.). Outros esquemas estão a caminho.
Um número recente de tradicional revista médica (The New England Journal of Medicine 358: 2433-2446) sugeriu a associação do losartan (Aradois, Torlos, Losartion, Valtrian etc.) com o aliskireno (Rasilez) pela ação protetora da função renal exercida por este em pacientes com diabete. O aliskireno tem ação direta na renina que participa da evolução da hipertensão. Assim, direta e indiretamente, haveria a redução da geração da angiotensina II, fundamental na elevação dos níveis da pressão.
Nova combinação foi defendida no último Congresso Europeu do Diabete. Já está em uso entre nós o valsartan (Diovan) e o aliskireno (Rasilez) para o controle da pressão arterial. Aquele Congresso divulgou um trabalho envolvendo quase 2.000 hipertensos que fizeram uso dos dois medicamentos associados. Os resultados foram comparados com a resposta individual a cada um deles e aos dois conjuntamente. Houve melhor resposta com a associação dos dois. Isto ocorre com ou sem a síndrome metabólica. Os pesquisadores que apresentaram o trabalho salientam que a hipertensão arterial faz parte daquela síndrome metabólica, sendo um fator importante na instalação de complicações circulatórias. O aliskireno potencia a ação do valsartan por interferir diretamente na renina. Para aqueles pesquisadores, com ou sem síndrome metabólica, a associação dos dois medicamentos tem efeito preventivo superior ao uso isolado das duas drogas.
Dr. Haroldo Pinheiro
Edição de O Liberal de 14/12/2008