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Lendas vivem na crença popular

Edição de 22/08/2010

HERANÇA Walcir Monteiro faz balanço positivo para que comemoremos o Dia do Folclore
 

Os tempos em que a internet e a televisão dominam os meios de comunicação, o folclore e suas lendas populares ainda encontram espaço para se perpetuarem. Quem garante é o escritor Walcyr Monteiro, autor de vários livros e palestras que resgatam o imaginário popular. E como neste domingo se comemora o Dia do Folclore, o autor de Visagens e Assombrações de Belém garante que esta forma de cultura ainda tem adeptos, mesmo em plena era digital.

"O folclore não desapareceu e nem desaparecerá, ele se perpetuará", acredita o escritor. Para dar base à afirmação, ele cita o fato de muitas pessoas continuarem a utilizar recursos da medicina popular, embora o avanço da medicina tradicional seja indiscutível em vários campos. "O folclore precisa ser visto sobre os seus mais diferentes aspectos. Ele está presente por exemplo, na chamada medicina popular, nas ervas e raízes usadas para curar os mais diferentes males. Temos aí até o viagra natural. O uso desses produtos é baseado no folclore, nas heranças que recebemos dos índios, e também do branco e do negro", ressalta.

Ele afirma que muita coisa está sendo perdida, como as danças herdadas dos indígenas por povos de determinadas regiões, especialmente do interior. "Nesses lugares as pessoas acabam não cultivando essas tradições por acreditar que elas estão ultrapassadas, quando na verdade não é nada disso. Se deixam influenciar pela televisão e acabam esquecendo desse folclore que é tão rico. Em compensação temos festivais que mostram o oposto disso, como é o caso do Çairé e do Festival das Tribos de Juruti, só para dar alguns exemplos em termos de Pará", diz.

Quando o assunto são as lendas amazônicas, bastante cultuadas em outros tempos, o escritor afirma que elas estão encontrando outras formas para não serem esquecidas. Se hoje, não existe mais a tradição oral de repassá-las para outras gerações, elas estão sendo contadas através do teatro, do cinema e literatura. "Se por um lado já não se formam muitas rodas para contar lendas, porque as pessoas não se sentam mais nas portas de suas casas e esse hábito está desaparecendo, por outro, vários trabalhos estão sendo produzidos sobre esses assuntos. Eles estão sendo mais estudados e pesquisados nas universidades e nas escolas, estão virando peças de teatro, livros, filmes e espetáculos de dança. Está havendo a valorização da nossa cultura. Vemos escolas de samba resgatarem trabalhos sobre o tema e isso é muito importante", acredita.

A PREFERIDA

Quem diria que em pleno século 21, a lenda da "moça do táxi" - a jovem morta que insistia em dar umas voltas nos carros de praça - ainda é uma das mais lembradas pelo público da nova geração. "Pesquisas recentes feitas em escolas e universidade afirmam que ela é uma das preferidas, embora exista outras tão interessantes quanto essa", conta o escritor Walcyr Monteiro, que contou essa lenda pela primeira vez em 1972.

Para o escritor, a explicação para que a história de Josefina Conte tenha conseguido alcançar a empatia do público é bem simples. "Acho que pelo fato de ser uma moça jovem e bonita, que morreu em 1931, aos 16 anos, acaba causando uma identificação por parte dos jovens de hoje", acredita.

Trinta e oito anos depois, a lenda da moça do táxi se mantém viva e atiça a curiosidade de brasileiros e estrangeiros. Tanto que o livro "Visagem e Assombrações em Belém" está na sexta tiragem da quinta edição e já foi lançado em países como Japão, Guiana Francesa e Portugal, entre outros.

Particularmente, Walcyr conta que uma de suas preferidas é a do "Noivado Sobrenatural", que já rendeu teses de conclusão de curso em algumas universidades. "Ela conta que um rapaz, depois de ter um noivado desfeito, conhece uma outra moça e por ela se apaixona. Vai até a casa dela e depois de manterem relações, ele resolve dar o anel da antiga noiva para ela e recebe outro anel da moça. Depois disso, vai dormir no sofá da sala e amanhece sobre o túmulo dela no Cemitério Santa Isabel, com o mesmo anel que havia recebido e encontra o anel de noivado dado a ela, embaixo de uma cruz", conta.

 PROGRAMAS

 Para comemorar o Dia do Folclore neste domingo, a Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) promove programação que envolve apresentação de grupos parafolclóricos, banda musical e quadrilhas.

Na Estação das Docas, na orla do complexo, a partir das 17 horas, se apresentam dois grupos folclóricos do Pará, o Trilhas da Amazônia, de Belém, e Flor do Mangue, de Marapanim.

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